Pedro Pita Barros

Doutorado em Economia, Professor Catedrático na Universidade Nova de Lisboa, membro do Expert Panel on Effective Ways of Investing in Health (European Commission), membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e membro do Conselho Nacional de Saúde. 

Conheça a sua obra em www.almedina.net


Pedro Pita Barros, economista e autor Almedina, está a acompanhar diariamente a evolução do Coronavírus na economia e sociedade portuguesa, um conjunto de artigos que iremos partilhar nesta rúbrica a que o autor chamou Vida com o Coronavírus da Covid-19

Desde o primeiro caso de COVID-19 verificada em Portugal, a 2 de março, que a vida se foi alterando progressivamente, até à declaração do estado de emergência (ainda assim suave). Para compreender como estamos a viver este período, muito se tem feito e escrito. As redes sociais multiplicam as opiniões e contas, e surgem diversos inquéritos para saber em mais detalhe como se processa a “nova vida”, fazendo deste período um dos mais documentados da nossa história colectiva em praticamente tempo real.

Nesta corrente, também o grupo de investigação que integro na faculdade de economia da Universidade Nova tem acompanhado as decisões e como estamos a lidar com este momento (com um inquérito online, que entrevistas cara a cara estão banidas por agora). A revista Visão publicou alguns dos principais resultados, disponíveis em minuto e meio de video aqui, sobre a semana antes da entrada em vigor do estado de emergência.

Sendo um inquérito online, como outros que têm estado a circular, a amostra obtida pelas pessoas que respondem não é uma representação estatística apurada da sociedade portuguesas e tem fortes elementos de auto-seleção de interesse no assunto e disponibilidade para responder. Ainda assim, ajuda a ganhar uma visão do que nos vai acontecendo e como vamos vivendo este tempo.

Nessa semana, ainda antes do estado de emergência, era já visível uma grande preocupação das pessoas, transversal à sociedade. E essa preocupação aumentou nos dias seguintes à declaração do estado de emergência. Preocupação com a doença em si, e também com as respetivas consequências económicas, sobretudo nos sectores mais imediatamente afetados (turismo, restauração, comércio).

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(Fonte: Revista Visão online)

Mesmo antes das medidas do estado de emergência um número considerável de pessoas e de empresas tinha iniciado o processo de isolamento e de redução, ou paragem, de atividade. Também a ida aos supermercados para abastecimento foi realizada no início dessa semana, aspecto que surge agora identificado também no Google mobility report como se vê da figura seguinte, baixando depois.

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(Fonte: Google mobility report Portugal)

Se nos quiser ajudar a conhecer como estamos três semanas depois, agradecemos e pode responder aqui – a informação prestada é anónima, os resultados agregados irão sendo apresentados publicamente com regularidade e ajudando a compreender como estamos e como podemos ultrapassar melhor este período.

Artigo originalmente publicado por Pedro Pita Barros a 6 de abril em