José Manuel Fernandes

Licenciado em Engenharia Mecânica pela FEUP/Universidade do Porto e bacharel em Electrotecnia e Máquinas pelo ISEP. Com 14 anos de idade começou a trabalhar na indústria de bens de equipamento e transaccionáveis, tendo-se mais tarde especializado em áreas ligadas à produtividade, controle numérico, gestão de investimentos em ambiente CNC pela ADEPA, em França, gestão empresarial pelo CIFAG/IAPMEI. É autor de vários artigos sobre estratégia politico-empresarial em semanários económicos, além de conferencista com múltiplas intervenções em Portugal e no estrangeiro. Em 1978 fundou a Frezite, uma multinacional de matriz portuguesa com empresas na Alemanha, República Checa, Polónia, Reino Unido, Espanha, Brasil, Finlândia e México. Desde 1980 que está ligado ao movimento associativo empresarial – AEP, CIP, AIMMAP, AEBA – e foi membro do CGS da EDP. É, também, membro do Conselho de Curadores da Universidade do Porto e consultor empresarial.

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A dinâmica da globalização deu novos desafios às democracias, por melhor qualidade de vida dos povos traduzindo-se esta na mobilidade, das pessoas, dos capitais e de uma infinita transversalidade de oportunidades para o comercio entre os povos.

O conhecimento associado à criatividade e à inovação, tem sido a chave do abrir novos caminhos na globalização permitindo, tudo e a todos, se interligarem em que, o fomento das cadeias de valor e de fornecimento, atingiram um domínio multinacional gigantesco.

Em linguagem prática o comercio entre países ou entre blocos económicos pelas exportações de bens, serviços e turismo, atingiu valores inimagináveis funcionando como uma teia global que em situação como a que estamos a viver, de pandemia covid-19, essa mesma teia pode gerar o efeito inverso, bloqueador dificultando uma livre gestão da recuperação.

Todos os setores da atividade económica foram e estão a ser afetados quer pelas medidas de proteção das pessoas, que se traduzem em bloqueio total ou parcial da atividade, quer pelo bloqueio externo, uma vez que os mercados externos paralisaram em simultaneidade.

Um fator novo que sobressai na redução das exportações e do seu bloqueio, são as cadeias de logística que a globalização permitiu e estimulou a criar que em situação de rotura são castradoras das exportações.  A Espanha e a Itália estão nesta situação para uma boa parte das exportações nacionais.

Sendo a pandemia global com uma afetação também global a todos os níveis da vida humana e neste particular as exportações, passa a ser mais relevante a dependência de matérias-primas, sub-produtos e produtos de uma única origem com elevada concentração que é a China. Caberá perguntar se um bloco como a EU vai continuar a fazer depender muita da sua economia de um fornecedor único que tem sido tratado como país desfavorecido, quando hoje é um forte candidato a ser considerado brevemente como a primeira potencia económica mundial?

Assim, a atividade económica pelas exportações vai ter redução esperando-se que a sua capacidade de resposta não seja muito afetada, dependendo enormemente do tempo de contenção que todos os países estão a adotar e dos resultados das medidas que o governo está a implementar para apoio à sustentabilidade das empresas e, por consequência, ao emprego.